03 de Setembro de 2021

Investigação

Prefeito de Barão de Cocais e a esposa são investigados por furar a fila da vacinação

Décio Geraldo dos Santos e a esposa teriam sido imunizados em fevereiro
Divulgação, Ilustração
Divulgação, Ilustração
O prefeito de Barão de Cocais, na região Central de Minas, está sendo investigado por suspeita de ter furado a fila da vacinação contra a Covid-19. Décio Geraldo dos Santos e a esposa teriam sido imunizados em fevereiro, contrariando o Plano Nacional de Imunização (PNI) e o cronograma municipal.

À época, o município havia autorizado a aplicação do imunizante apenas em profissionais da saúde diretamente envolvidos no enfrentamento da doença. O casal foi denunciado por crime de responsabilidade. A pena prevista é de reclusão de 2 a 12 anos.

Segundo a denúncia da Procuradoria de Justiça Especializada no Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais, o prefeito “com o poder de gerência sobre a política de vacinação e ciente das normas atinentes, decidiu ser vacinado, bem como determinou que sua esposa igualmente o fosse, em detrimento dos indivíduos que deveriam e mereciam receber a vacina em primeiro lugar”.

Em 11 de fevereiro, a cidade recebeu do Ministério da Saúde a primeira remessa de vacinas, com 609 doses, que deveriam ser aplicadas nos grupos prioritários. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o mandatário alegou que estava exercendo a atividade de dentista quando foi vacinado.

Porém, conforme o Procedimento Investigatório Criminal (PIC) aberto para apurar o caso, 'não há nada demonstrando que tais serviços foram por ele realizados'. Sobre a esposa, não há comprovações de que ela é dentista nem que estivesse exercendo a profissão na ocasião da vacinação.
O MP requer condenação nas sanções do artigo 1º, I, do Decreto-Lei 201/67, que considera crime de responsabilidade apropriar-se de bens ou rendas públicas ou desviá-los em proveito próprio.

Em nota, Décio afirmou que 'toda Barão de Cocais pode ser testemunha' de que ele e a esposa atuavam como dentistas na data da imunização. Ele disse ainda que irá contribuir com as investigações.


Fonte: Hoje em Dia