12 de Julho de 2025
Brasil
Minha Casa Minha Vida registra recorde histórico de contratos para imóveis usados
Modalidade responde por 27% dos financiamentos no programa habitacional e alcança maior participação já registrada
Divulgação, Ministério das Cidades
Divulgação, Ministério das Cidades
O número de financiamentos de imóveis usados pelo programa Minha Casa Minha Vida bateu recorde em 2024, conforme dados do Ministério das Cidades. Ao todo, foram firmados 155 mil contratos na modalidade, representando 27% do total de financiamentos realizados, maior proporção já registrada na história. Em todo o ano passado, o Minha Casa Minha Vida somou 583 mil unidades contratadas, sendo 427 mil destinadas a imóveis novos.
Analistas apontam múltiplos fatores para o crescimento da procura por imóveis usados. Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção do FGV Ibre, destaca a dinâmica de mercado.
“O crescimento da demanda por imóveis usados está relacionado à própria dinâmica do mercado. Muitas famílias, né, para conseguir comprar um imóvel novo, elas precisam vender o imóvel anterior. Além disso, o valor menor do imóvel usado em comparação com o novo também facilita o acesso à moradia.” Contudo, Castelo ressalta que, “mesmo com esse crescimento, os imóveis novos representam uma parcela muito maior, e até o próprio mercado tem uma oferta muito maior nesse sentido”, destaca ela.
Cássia Ximenes, presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato da Habitação de Minas Gerais, menciona a necessidade de combater o déficit habitacional de quase 6 milhões de unidades no Brasil.
“Um movimento de um déficit habitacional no Brasil é de quase 6 milhões, e tem também a questão da localização, que é um fator. Muitos imóveis [têm] uma localização que o cliente quer é aquele lugar, não é no outro que está construindo novo agora. Existem unidades prontas com possibilidade de receber tantas pessoas com necessidade de ter uma moradia digna. Vale lembrar que, dentro das regras do Minha Casa Minha Vida, um imóvel com 180 dias de habite-se é considerado imóvel usado, ainda que nunca tenha tido morador”, pontua. Ela afirma ser a favor de que as pessoas utilizem o Minha Casa Minha Vida para colocar imóveis usados a favor de uma população que precisa de moradias dignas.
Por outro lado, o setor da construção civil alerta que é importante ter um equilíbrio entre as modalidades para garantir novos empreendimentos e, assim, gerar empregos e aquecer a economia. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais, Raphael Lafetá, detalha:
“O grande objetivo do FGTS, além do acesso à moradia, é movimentar toda a cadeia de produção e gerar emprego.” Lafetá enfatiza que, “ao financiar um imóvel pronto, não há um movimento direto de geração de empregos, sendo a grande fonte do FGTS, onde se retroalimenta todo o acesso à moradia, a casa digna”.
O setor alerta para a importância de manter um equilíbrio entre as modalidades de financiamento para garantir que novos empreendimentos continuem sendo lançados, o que é fundamental para a criação de postos de trabalho e o aquecimento da economia.
Fonte: Itatiaia.com.br