03 de Maio de 2019

Brumadinho

Sobe para 235 o número de vítimas identificadas na tragédia de Brumadinho

A confirmação da identificação de dois corpos foi divulgada pelo IML de Belo Horizonte
O Instituto Médico Legal de Belo Horizonte confirmou, na tarde desta sexta-feira (3), que mais duas vítimas da tragédia de Brumadinho foram identificadas por exames de DNA. Com isso, o número de mortos identificados subiu para 235 e 35 pessoas seguem desaparecidas.

A Defesa Civil Estadual, a Polícia Civil, o Instituto de Criminologia, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros se reuniram nesta sexta-feira para falar sobre os trabalhos após o rompimento da barragem da Vale neste 99º dia.

A barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, se rompeu no dia 25 de janeiro deste ano.

De acordo com o médico legista do IML Ricardo Moreira Araújo, mais de 180 segmentos de corpos resgatados da lama ainda aguardam identificação. Ele ressaltou que esses fragmentos podem pertencer a vítimas já identificadas.

O trabalho com exames de DNA já fez 127 identificação de segmentos até o momento, sendo 27 de pessoas que ainda constavam como desaparecidas e 100 de vítimas que já haviam sido reconhecidas. Com isso, a taxa de identificação chegou a 87%.

Ainda segundo Araújo, o trabalho é feito seguindo protocolos da Interpol e internacionais para que, além da identificação dos corpos, seja possível a coleta de provas para a investigação.

O médico legista afirmou que a meta do IML é identificar todos os corpos e fragmentos resgatados até o "limite biológico", ou seja, quando não houver mais possibilidades de reconhecimento.

De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Pedro Aihara, o desastre de Brumadinho é a maior operação de busca e resgate do Brasil. Antes, o trabalho nos deslizamentos na região Serrana do Rio de Janeiro era considerado a maior operação do país.

Durante esses 99 dias, os bombeiros militares do estado têm trabalhado na busca dos desaparecidos. Cães farejadores, drones e aeronaves, além dos militares, são usados nas buscas.

Nesta etapa, segundo Aihara, o trabalho de buscas na lama tem sido feito prioritariamente com o uso dos cães e dos equipamentos. Como o faro dos animais é mais apurado, eles são mais efetivos na localização de corpos e segmentos.

O tenente ainda disse que as buscas seguem diariamente, das 6h às 23h, e com reuniões durante as madrugadas. Aihara garantiu que o trabalho do Corpo de Bombeiros só será encerrado em Brumadinho quando todas as vítimas forem encontradas ou quando não houver mais condições biológicas de buscas.

Além das vítimas, o rompimento causou a contaminação do Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco. Os rejeitos de minério devastaram a área administrativa da mineradora, incluindo o refeitório da Vale, onde muitos trabalhadores almoçavam.

A usina ITM de beneficiamento também foi atingida, assim como vagões de trens e veículos que estavam na empresa. Após varrer a mineradora, a lama atingiu comunidades de Brumadinho destruindo casas, inclusive uma pousada, a atingindo propriedades rurais.



Fonte: G1 MG